Muito irritada, a torcida rubro-negra vaiou o time diversas vezes, inclusive o ídolo Gabigol, que foi substituído com dores no segundo tempo. A diretoria também foi alvo de xingamentos, e nem a divulgação da renda (mais de R$ 26 milhões) foi poupada.
Meio de campo é tricolor
A estratégia de Dorival Júnior mostrou-se mais acertada logo nos primeiros minutos. O São Paulo teve a posse de bola e, sem pressa, trocava passes sem ser pressionado até virar o jogo com qualidade.
Pelo meio, Alisson dominou o setor e coube a Lucas Moura acelerar e puxar os ataques. Antes dos 20 minutos, Wellington Rato e Calleri já tiveram boas oportunidades, mas as finalizações foram ruins.
Um Flamengo exposto
Do outro lado, Sampaoli escalou Bruno Henrique, Gabigol e Pedro. A presença do trio não significou um Flamengo ofensivo, mas, sim, exposto. Por característica, os atacantes não acompanhavam os corredores são-paulinos até o fim. Caio Paulista, Nestor e Rato, com liberdade, criaram muito perigo.
Incapaz de ficar com a posse de bola, o time carioca terminou o primeiro tempo sem dar um único chute a gol. A única chance foi aos 34, quando Gerson soube acionar a velocidade de Bruno Henrique.
O camisa 27 invadiu a área e tentou o passe para Gabigol, mas Beraldo apareceu para cortar, e Rafael ficou com a bola em seguida. Esta foi a única intervenção do goleiro do São Paulo antes do intervalo.
São Paulo perde chances
Forçando o jogo pelo lado direito, onde Wesley não contou com a ajuda defensiva de Gabigol, o São Paulo foi perdendo chance atrás de chance a partir dos 25 minutos.
Depois da parada para hidratação, começou a pressão tricolor. Aos 38, Léo Pereira travou o chute de Rato. No minuto seguinte, o cruzamento de Nestor cruzou a área, passando pelos carrinhos de Calleri e Wellington Rato.
Aos 43, o São Paulo pressionou a saída de bola, e Matheus Cunha errou. Lucas Moura, contudo, se enrolou e perdeu a oportunidade de finalizar. O gol do São Paulo já parecia questão de tempo.
Toca no Calleri que é gol
Logo após o árbitro apontar os cinco minutos de acréscimo, o time de Dorival chegou mais uma vez com facilidade. Nestor recebeu pela esquerda e, dessa vez, caprichou no cruzamento. Livre na segunda trave, Calleri percebeu a indecisão de Matheus Cunha e marcou: festa são-paulina no Maraca!
Jogo perde em intensidade
Na volta do intervalo, Sampaoli corrigiu um dos problemas do Flamengo com Everton Ribeiro entrando no lugar de Victor Hugo. A mudança também foi de posicionamento, com Gabigol deixando o lado direito e ocupando a área ao lado de Pedro.
Os primeiros 10 minutos foram bons, com o Rubro-Negro ensaiando uma pressão. Aos nove, Pedro quase empatou, com Pablo Maia tirando em cima da linha.
Depois, o jogo perdeu em intensidade e as chances voltaram a ser raras. Com a vantagem, Dorival Júnior renovou o fôlego do São Paulo com as entradas de Gabriel Neves, Michel Araújo e Luciano.
Gabigol vaiado
A segunda tentativa de Sampaoli veio aos 29. Sob vaias, Gabigol deixou o campo para a entrada de Everton Cebolinha. Três minutos depois, saíram Pulgar e Wesley para as entradas de Thiago Maia e Matheuzinho.
Na primeira oportunidade que teve, Cebolinha — que já não está em alta com a torcida — desperdiçou um ótimo ataque. A partir disso, vaias e xingamentos tomaram conta das arquibancadas.
Festa de um lado, vaias de outro
Com o desempenho ruim do time de Jorge Sampaoli em campo, os mais de 60 mil rubro-negros vaiaram até o anúncio da renda de R$ 26 milhões, obtida graças ao alto valor dos ingressos. Rodolfo Landim e Marcos Braz, presidente e VP de futebol do Rubro-Negro, também foram hostilizados.
Já no Setor Sul, os cerca de 3 mil e 500 são-paulinos aguardaram o apito final fazendo grande festa.
Flamengo 0 x 1 São Paulo
Flamengo: Matheus Cunha; Wesley (Matheuzinho), Fabrício Bruno, Léo Pereira e Ayrton Lucas; Erick Pulgar (Thiago Maia), Victor Hugo (Everton Ribeiro) e Gerson; Bruno Henrique, Gabigol (Everton Cebolinha) e Pedro. Técnico: Jorge Sampaoli.
São Paulo: Rafael; Rafinha, Arboleda, Beraldo e Caio Paulista (Wellington); Pablo Maia, Alisson (Gabriel Neves), Rodrigo Nestor (Michel Araújo) e Wellington Rato (Juan); Lucas Moura (Luciano) e Calleri. Técnico: Dorival Júnior.
Gols: Calleri (46’/1ºT), do São Paulo.
Cartão amarelo: Léo Pereira, Victor Hugo (FLA); Alisson (SAO).
Renda e público: 60.390 pagantes / 67.350 presentes / R$ 26.343.300,00.
Motivo: Jogo de ida da final da Copa do Brasil.
Local: Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ).
Data e hora: 17 de setembro de 2023, às 16h (de Brasília).
Árbitro: Anderson Daronco (Fifa/RS).
Assistentes: Guilherme Dias Camilo (Fifa/MG) e Nailton Junior de Sousa Oliveira (Fifa/CE).
Árbitro de vídeo: Rafael Traci (Fifa/SC).
Comentários: