Não demorou muito para Vagner Mancini perceber o latifúndio no lado direito da defesa carioca e forçar o jogo por ali. Aos 30 minutos, o 2 a 0 no placar representavam menos de 50% de eficiência nas oportunidades criadas pelo Dragão diante de um Rodrigo Caio exposto e extenuado na tentativa de resolver os problemas defensivos. Por mais que seja quem mais apareça nos lance mais perigosos, ele esteve longe de ser o zagueiro a ter a pior atuação.
Fora de posição, Rodrigo corria de um lado para o outro não somente para defender como lateral, mas também para fechar buracos de Gustavo Henrique e Léo Pereira, que se aproximam de setembro longe de curar a saudade do torcedor por Pablo Marí.
Ofensivamente, o Flamengo envolvente e móvel não existiu. Ribeiro, Vitinho, Bruno Henrique e Gabriel lotearam pedaços de campo e pareciam precisar de um telefone celular para se comunicar tamanho distanciamento. Enfim, 45 minutos desastrosos do Flamengo.
A troca de posicionamento da reta final do primeiro tempo surtiu efeito com a mudança de peças na volta do intervalo. Rafinha e Pedro substituíram Gustavo Henrique e Vitinho, e o Flamengo se aproximou de sua "realidade" recente. Com posse de bola e presença no campo ofensivo, criou oportunidades, mas Gabigol não vivia boa noite e acumulou pela primeira vez no clube o sexto jogo sem ir às redes.
A melhora significava também uma maior exposição defensiva (se é que era possível após o péssimo primeiro tempo). E o Atlético-GO passou a jogar com inteligência. Até que Gustavo Ferrareis gingou na frente de Rodrigo Caio e acertou o ângulo de Diego Alves para sepultar qualquer chance de reação.
Do "pouco a pouco" até as muitas mudanças de peças e, principalmente, de posicionamento, o Flamengo precisou de apenas duas partidas para viver com Domènec uma realidade que não estava acostumado. A última vez que o time perdeu duas partidas consecutivas foi em setembro de 2018, para Ceará, no Maracanã, e Inter, no Beira-Rio.
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