O palco da inauguração fez jus à envergadura do homenageado. Aquecidos pelo sol de outono sob um céu de um único tom de azul, os gremistas se amontoaram como em uma final para celebrar o apogeu desta relação de quase quatro décadas que se intensifica diariamente. Vestindo calça jeans, camisa branca por baixo de um paletó preto e sapato escuro, Renato eternizou-se quando, às 19h01, ao lado da filha da Carol, retirou o tecido preto que cobria a obra e revelou à nação gremista o resultado de um ano de trabalho. Com os braços abertos para o alto, como se abraçasse os gremistas do outro lado do mundo, longos cabelos para trás e expressão incrédula, a comemoração do primeiro gol do Mundial de 1983, gravada na retina de todos os torcedores por aquele jovem camisa 7 de 21 anos, inspirou a confecção da obra que imortaliza Renato na história centenária do Grêmio.
O técnico apareceu no local em que a estátua foi fixada quando o sol já se punha no horizonte. Acompanhado de Carol, do presidente Romildo Bolzan, do amigo e empresário Gerson Oldenburg e da diretoria gremista, foi saudado efusivamente pelos fanáticos presentes na Arena. Havia apenas um protagonista, e por isso todos os discursos foram breves. Começou pelo presidente do Conselho Deliberativo, Carlos Biedermann, lembrando da conversa que teve com o técnico e da promessa que fizera a Renato: se o Grêmio for tricampeão da América, a estátua será aprovada por unanimidade no Conselho Deliberativo. Após o presidente do Conselho discursaram o artista Theo Felizzola, representando os responsáveis pela obra, o representante do governo do Rio Grande do Sul Covatti Filho, o prefeito Nelson Marchezan Júnior e o presidente Romildo Bolzan. Em sua fala, Romildo exaltou o ídolo jogador, treinador, expressou sua admiração pelo homem Renato Portaluppi e se emocionou falando da ligação construída entre o jogador/técnico e o Clube.
Antes do descerramento da estátua, Renato Portaluppi também se dirigiu aos torcedores no microfone destinado às autoridades. Lembrando de sua trajetória, foi às lágrimas. Renato repassou suas passagens como jogador, agradeceu aos jogadores que comandou nas três passagens pelo Grêmio, declarou todo o amor pelo Grêmio e sua torcida e expressou o orgulho de ser gaúcho. O momento de maior emoção foi quando, soluçando e contendo as lágrimas, desejou que os pais estivessem presentes nesta noite histórica para se orgulharem do filho que deram ao mundo. Abraçando Carol, Renato pediu que a filha sempre escute seus conselhos.
Coroando o que definiu como dia mais importante de sua carreira, Renato retribuiu o carinho àqueles que nunca o abandonam: os torcedores do Grêmio. Depois de aplaudir o seu “eu” imortalizado, beijar os pés do Renato de bronze e receber os cumprimentos da direção do Tricolor, o técnico foi até a torcida abraçar e beijar quem nunca cansou de reverenciar o herói de tantas conquistas.
Ao lado do técnico estavam, além de Carol e Gerson Oldenburg, o presidente do Conselho de Administração Romildo Bolzan, os vice-presidentes Adalberto Preis, Cláudio Oderich, Duda Kroeff, Paulo Luz e Sergei Costa, o presidente do Conselho Deliberativo Carlos Biedermann, o vice Alexandre Bugin, o chefe de gabinete da presidência Marco Bobsin, o CEO Carlos Amodeo, o executivo de marketing Beto Carvalho, o companheiro campeão do mundo Baidek, o também ídolo Danrlei, autoridades estaduais e municipais, conselheiros e convidados do Grêmio.
Representando o Departamento de Futebol do Grêmio também estiveram o executivo Klauss Câmara, os diretores de futebol Alberto Guerra e Deco Nascimento, o diretor médico Saul Berdichevski, os supervisores Marcelo Rudolph e Pedro Aguiar, os auxiliares Alexandre Mendes e Victor Hugo Signorelli, os preparadores físicos Rogério Dias, Mário Pereira e Gabriel Alves, os treinadores de goleiros Rogério Godoy e Ênio Oliveira, os médicos Márcio Dornelles e Paulo Rabaldo, o fisiologista Rafael Gobatto, o analista Paulo Timm, os massagistas Anderson Meurer e Lucas Cruz, o técnico em enfermagem Adriano Welter, o cinegrafista Juares Dagort e o assessor de imprensa João Paulo Fontoura.
Aprovada em dezembro de 2017, a estátua de Renato Portaluppi começou a tomar forma no início do ano passado. Ela foi construída pelos artistas Theo Felizzola, Iouri Petrov e Jamil Fraga. Moldada em argila e outros materiais maleáveis, a escultura recebeu também gesso e fibra de vidro, antes de ser fundida em bronze. O processo foi acompanhado de perto por Renato e por uma comissão do Conselho Deliberativo liderada pelo vice-presidente Alexandre Bugin.
Posicionada no setor Oeste do estádio, a estátua está em frente à Calçada da Fama e ao Museu do Clube. A estátua tem 4,10 metros de altura, sendo 1,30 metros da base – que leva um medalhão com o rosto do técnico e sua assinatura – e 2,80 metros representando a comemoração do gol, num total de 300 quilos. A visitação ao público foi aberta às 20 horas e o acesso será livre diariamente.
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