A escrita centenária dos Gre-Nais mostra que cada duelo costuma ser decidido em seus pormenores. E Odair Hellmann tem isso bem nítido em seu horizonte, às vésperas do clássico decisivo desta quarta-feira, às 21h30, na Arena, pela final do Gauchão.
O técnico maquina as estratégias do Inter e cogita utilizar por William Pottker para tentar neutralizar os pontos fortes do Grêmio em um "jogo de xadrez" que vale a primeira taça de sua carreira.
O camisa 99 ganha força como opção para iniciar a decisão no lugar de D'Alessandro, pela extrema direita no 4-1-4-1. Ali, Pottker se encaixa no plano de jogo traçado por Odair para superar o maior rival na Arena pela primeira vez.
O técnico deu uma pista do que espera na decisão ainda no último domingo, na entrevista coletiva após o empate em 0 a 0 no jogo de ida da final. O treinador afirmou que o Grêmio deve manter o estilo habitual de posse de bola, com tabelas e volume ofensivo para "bater" na defesa até abrir espaço.
Movimentação de Pottker no esquema do Inter — Foto: Arte / GloboEsporte.com
Assim, Odair espera que o rival deixe as costas dos volantes vulneráveis para explorá-las com velocidade nos contra-ataques, uma das armas trabalhadas à exaustão pelo Inter. E também uma das principais características de Pottker. Com bom poder de explosão, o atacante é opção para atuar em profundidade e dar escape e dinâmica a este tipo de jogada.
– Lá, vão fazer o que o Grêmio faz: tentar a posse de bola, o jogo apoiado para ficar batendo até achar espaço num erro ou na infiltração. Mas tem que saber que neste momento temos um contra-ataque muito forte. Essa exposição dos laterais pode nos dar campo. Esse é um jogo de xadrez que vamos jogar para buscar o título – diz o técnico Odair Hellmann.
Antídoto contra Everton
Pottker também é antídoto para a arma mais letal do Grêmio: as investidas e os dribles de Everton. No último domingo, o atacante da seleção travou um duelo particular com Zeca, sobrecarregado pela ausência de cobertura pela direita.
Durante o clássico, Odair inverteu Nico López com D'Alessandro, para que o uruguaio preocupasse e contivesse Bruno Cortez. Com Pottker, o treinador mantém um atacante com qualidade no enfrentamento individual e ganha em intensidade para a recomposição, ao lado de Zeca.
– O Grêmio todo é um bom time. Não só o Everton. Mas a gente sabe que ele tem o drible, a característica de ir para cima do marcador. O Zeca conseguiu conter as ações dele, mas a gente sempre pode melhorar, estar mais próximo para fazer a cobertura. E o Pottker também vai para cima do adversário – diz Edenílson.
Recuperado de lesão muscular, Pottker não inicia uma partida desde 20 de março, quando foi titular na vitória por 2 a 0 sobre o Novo Hamburgo, ainda pela primeira fase do Gauchão. Depois de 20 dias afastado, o atacante voltou a campo para atuar seis minutos na vitória por 3 a 2 sobre o Palestino, na última terça-feira, pela Libertadores.
Everton deu trabalho a Zeca pela direita — Foto: Lucas Uebel/Grêmio
Além dos ajustes no lado direito, Odair ainda aguarda a recuperação de Rodrigo Dourado. O volante sofreu uma entorse no joelho esquerdo contra o Palestino e faz tratamento intensivo em dois turnos, ainda sem treinar com o grupo desde a última terça-feira.
Caso ele não atue, Rodrigo Lindoso será o titular no meio-campo. Substituto de Dourado no último domingo, Rithely sentiu um problema muscular no posterior da coxa direita e foi substituído ainda no primeiro tempo.
O treinador definirá a equipe titular para o Gre-Nal 420 nesta terça-feira, no treino com portões fechados no Beira-Rio. Inter e Grêmio duelam pelo título do Gauchão às 21h30 desta quarta-feira, na Arena. Quem vencer fica com a taça. Um novo empate leva a decisão para os pênaltis.
Comentários: