O impasse criado entre direção e funcionários do Hospital Beneficente Moacir Micheletto de Santa Helena parece estar longe do fim e, caso se confirme informações repassadas por alguns profissionais, já na próxima semana a classe pode ser desencadear uma greve.
Após matérias publicadas na última segunda-feira (23), pelo Universo da Notícia quando ouvimos servidores mas também a direção do hospital e a prefeitura, na pessoa do secretário de Saúde, Dilson Dill, que se manifestou sobre o assunto por meio de nota onde esclareceu pontos a situação envolvendo o pagamento do piso aos profissionais da Saúde, e destaca que o Município de Santa Helena e ou Secretaria de Saúde do Município não participam em nenhum momento da relação de gestão de informações a serem fornecidas e captação do repasse do recurso para pagamento do Piso Nacional da Enfermagem ao Hospital Beneficente Moacir Micheletto.
A diretora, Lenir Zimermann, recebeu nossa reportagem e confirmou o pagamento dos retroativos e também que já havia recebido reclamações sobre possíveis erros nos valores repassados. Lenir afirmou estar se desdobrando para esclarecer a situação e que tem se colocado a disposição dos funcionários para, por meio de diálogo, resolver o impasse.
O assunto foi amplamente debatido na câmara de vereadores em sessão ordinária desta semana, quando as vereadoras de oposição, Sandra Soethe e Solange Ribeiro, do MDB, que há tempos vêm denunciando problemas no hospital, relatados por funcionários e pacientes, defenderam a criação de uma comissão especial para averiguar a situação. O pedido não foi submetido ao plenário e, segundo o presidente da Casa, Paulo Vasatta, existe uma comissão permanente com competência para tal.
Ontem, quarta-feira (25), chegou a nossa redação a informação de que um grupo de vereadores esteve no hospital. Entramos em contato com a presidente da Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores, vereadora Tânia Osório, a qual informou que, ela acompanhada dos vereadores Rodrigo Farina e Anderson Draghetti, que também fazem parte da comissão, reuniram-se juntamente com a diretora administrativa da Associação Hospitalar Moacir Micheletto de Santa Helena Lenir Zimermann, para tratar dos problemas que estão ocorrendo em relação ao pagamento e o piso salarial dos profissionais da enfermagem.
Na ocasião, também participaram da reunião, segundo Tania, o presidente da câmara, Paulo Vasatta e os demais vereadores, assessores, o secretário de Saúde, Dilson Dill,o qual estava acompanhado da servidora da pasta, Vanessa Biesdorf.
Conforme a presidente da Comissão de Saúde, os vereadores trouxeram algumas demandas das quais estão sendo cobrados pela população e pacientes.
Após ouvir a comissão, a diretora Lenir, teria garantido que os problemas estão sendo averiguados e sanados, ressaltando a importância dos colaboradores na instituição, como também reconhecendo algumas falhas, mas que a gestora teria garantido que estão sendo tomadas as devidas providências.
“É importante ressaltar o papel da Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores nesse momento, pois ela é um dos instrumentos que a Administração e o Legislativo têm para fiscalizar tudo que vem acontecendo na Saúde do município e no hospital, e toda denúncia que chegar até esta comissão será investigada e, qualquer conduta que for comprovadamente ilícita, será denunciada” afirmou Tânia completando, “Estamos a disposição para atender, e ouvir, a todos” - disse.
Tania Osorio disse ainda que também seria procurada a CAC - Comissão de Acompanhamento de Contratualização do termo de fomento.
MEDIDAS JURÍDICAS
O sindicato da classe tem buscado dialogar com a instituição, porém, segundo funcionárias ouvidas pela nossa reportagem, não tem obtido sucesso. Conforme as mesmas fontes, o Ministério Público está sendo acionado para intervir no caso.
PROTESTOS
Nesta quinta-feira (26), recebemos fotos de funcionários do Hospital Moacir Micheletto usando roupas prestas ao invés do uniforme tradicional da instituição, em protesto ao que chamam de descaso com a classe. Por medo de represálias foi pedido para que seus rostos fossem encobertos.
Buscando ouvir todas as partes envolvidas, nós procuramos uma das servidoras que esteve na câmara de vereadores na última segunda-feira, Teresinha de Fátima Moro, que é técnica em enfermagem e atua no centro cirúrgico do Hospital Moacir Micheletto, e em entrevista ela falou sobre o assunto, chamando a atenção para a importância do apoio por parte da população a esta classe que foi fundamental em um dos piores períodos da história da humanidade, a pandemia da covid-19.
Perguntada sobre possível represália, a profissional disse ter consciência de que está lutando por seus direitos e que isso não pode ser motivo de retaliação. “ Não acho crime o que estou fazendo, só quero o que é meu” – desabafou.
Confira a entrevista na íntegra;
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