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Terça-feira, 16 de Abril de 2024

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No Paraná, população se vacina menos e acende a luz de alerta das autoridades

Foi o caso do sarampo. Há 20 anos não era registrado um caso no Paraná.

No Paraná, população se vacina menos e acende a luz de alerta das autoridades
O médico Felipe Bueno, foi uma das vítimas do sarampo neste ano (Foto: Divulgação)
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A procura pelas vacinas gratuitas ofertadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) caiu no Paraná e em todo Brasil. Entre os motivos, estão as notícias mentirosas (fake news) espalhadas pelo movimento antivacina. Outro problema, na avaliação da Secretaria da Saúde do Paraná (Sesa), foi a sensação de segurança para parte da população, que deixou de se vacinar porque acreditou que determinadas doenças já não existiam mais.

Foi o caso do sarampo. Há 20 anos não era registrado um caso no Paraná. E a doença voltou neste ano. Até a semana passada eram 538 casos confirmados no Estado. O sarampo é combatido com a vacina tríplice viral, que também imuniza contra caxumba e rubéola. Essa vacina alcançou cobertura de 93,1% da população do Paraná em 2014, segundo dados do Ministério da Saúde. Em 2015, a cobertura no Estado já havia caído para 78,9%.

E não é só o sarampo. Desde 2015, o Paraná vem registrando queda nos números de cobertura de outras vacinas, como a BCG, a Meningo, a Pneumo e a Polio.

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O Governo do Estado reagiu a esses números. Uma das ações foi aprimorar o treinamento da ‘tropa’. Em novembro, a Sesa começou uma série de seminários para fortalecer o conhecimento dos profissionais da saúde, como enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem. Na primeira etapa, de 12 a 14 de novembro, 1.200 profissionais participaram. Agora, serão feitos novos seminários em todas as regiões do Paraná.

Outra medida para enfrentamento das baixas coberturas vacinais foi o início do projeto de educação permanente em atualização dos vacinadores. Os profissionais que realizam a vacinação estão sendo capacitados, atualizados sobre as atividades inerentes do dia a dia do combate a essas doenças.

“Temos reafirmado diariamente que a vacina é um ato de amor à vida”, afirma o secretário da saúde do Paraná, Beto Preto. “Além da imunização nas campanhas, as pessoas devem estar atentas todas as doses previstas na caderneta de vacinação; são vacinas ofertadas pela rede pública e que estão à disposição da população”, destaca o secretário. A rede estadual oferece 19 diferentes vacinas, para recém-nascidos, crianças, adolescentes, adultos e idosos. O Paraná tem 1.800 salas de vacinação em funcionamento.

A Divisão de Vigilância do Programa de Imunização do Estado do Paraná trabalha em conjunto com as 22 Regionais de Saúde e seus municípios disponibilizando apoio e orientações técnicas para o enfrentamento das ‘fake news’ e estratégias para aumentar a cobertura vacinal.

COBERTURA DAS VACINAS NO PARANÁ

Ano

BCG

Febre Amarela

Meningo

Penta

Pneumo

Polio

Rotavirus

Tríplice Viral

2014

107,97

75,36

101,35

99,07

98,76

97,39

75,36

93,09

2015

105,66

76,99

102,77

101,26

101,22

97,39

97,96

78,91

2016

94,13

67,61

92,77

91,57

94,55

87,54

90,7

85,58

2017

95,78

69,13

91,67

90,09

94,36

89,78

89,09

83,55

2018

94,44

75,84

90,03

88

90,32

87,95

88,63

86,17

Médico curitibano pega sarampo e faz alerta

O médico curitibano Felipe Bueno, 34 anos, passou por dias difíceis em novembro. “Fui vacinado na infância, mas não fiz o reforço neste surto. Não deu outra: peguei sarampo”, contou ele, que é clínico geral responsável pela enfermaria de clínica médica do hospital Santa Cruz e do setor de oncologia da Santa Casa. Ele também trabalha no setor de urgência e emergência desses hospitais curitibanos.

“Foram sete dias de doença. Três dias muito mal em casa e quatro dias internado por comprometimento em órgãos vitais. Tive comprometimento pulmonar, hematológico, no fígado e nos rins”, relatou. “O cansaço era intenso a ponto de mal sair da cama”, disse.

Felipe fez um alerta. “Sou da área de saúde e é preciso enfatizar a importância da vacinação neste grupo de risco, pela grande exposição. Profissionais que trabalham em ambiente com grande público ou mesmo em ambientes fechados estão mais expostos e precisam se vacinar tendo em vista o surto atual”, destacou.

“Se tiver contato com alguém que tenha suspeita, usar máscara pois o contato é pela via respiratória. E evitar compartilhar toalhas, talheres e outros itens pessoais”, ressaltou.

Secretário alerta para curva mais alta da dengue

O boletim semanal epidemiológico divulgado ontem pela Secretaria da Saúde do Paraná registra 2.631 casos confirmados de dengue no Estado, 762 a mais que na semana anterior. A Secretaria da Saúde informa que o aumento de 40,77% se deve, principalmente, ao acúmulo de dados de duas semanas por problemas no sistema de informação de algumas Regionais de Saúde. Um estudo sobre a dengue nos últimos dez anos no Estado, mostrou momentos de maior e menor incidência. “Em 2018 para 2019 já começou a subir e agora, de 2019 para 2020, haverá um grande acréscimo. De agosto a setembro de 2018, foram 108 casos no Paraná. No mesmo período deste ano, já chegam a 1,8 mil casos”, destaca o secretário de Estado daa Saúde, Beto Preto.

“É preciso levar esse assunto para dentro dos clubes de mães, das organizações da sociedade civil, escolas, nas igrejas. A dengue no Paraná pode ter uma curva mais alta neste ano, por isso é preciso a colaboração de todos”.

A Secretaria da Saúde aguarda para a publicação em boletim a confirmação do segundo caso de morte por dengue no município de Nova Cantu, na região Centro-Oeste. O boletim semanal destaca que 10 municípios estão em situação de epidemia - dois a mais que no informativo anterior. São eles: Nova Cantu, Quinta do Sol, Inajá, Santa Isabel do Ivaí, Ângulo, Colorado, Floraí, Uniflor, Doutor Camargo e Florestópolis.

Por que menos pessoas estão se vacinando, na avaliação da Secretaria da Saúde do Paraná
1 Sucesso do Programa Nacional de Imunização que traz a sensação de segurança, em decorrência de que muitas doenças imunopreveníveis estão sendo controladas, erradicadas e/ ou eliminadas

2 Movimento antivacina em constante crescimento

3 Cenário econômico e político que o País vem enfrentando

4 Ausência da equidade ao acesso das Unidades Básicas de Saúde

5 Falta e/ou alta rotatividade de profissionais atuantes na saúde pública

6 Mudanças do sistema informação do PNI, o qual se deu ênfase no fornecimento em questões estruturais, mas esquecendo se treinamento contínuo dos profissionais que efetuam e administram o sistema de informação

FONTE/CRÉDITOS: Com informações da Assessoria
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