Sete jogos, três gols e duas assistências. O início de Alexandre Pato na atual temporada do Orlando City soa como um recomeço para o atacante.
Depois de um primeiro ano prejudicado por uma artroscopia no joelho direito, o brasileiro renovou contrato com o clube norte-americano, mas também mudou sua atitude em relação ao futebol.
- A minha relação com o futebol mudou muito. Eu vejo que é muito mais dinâmico, você precisa se alimentar, se recuperar e trabalhar mais, não só no período de treinamento, mas antes e depois também. O futebol mudou muito. Eu aprendi muito. Desde o meu tempo, quando eu joguei na Itália. Lá era um garoto, hoje tenho 32 anos, tenho uma experiência diferente daquilo que vivi na Itália - contou Pato, em entrevista ao ge.
- Mudou minha questão mental também. Tenho minha cabeça muito mais forte do que naquela época (na Itália). Eu era forte até um ponto, hoje sou forte em praticamente todos os aspectos, como mentalmente, fisicamente e também na parte familiar. Isso me dá uma força para que eu possa tomar sempre as melhores decisões da minha vida.
Na primeira temporada no Orlando, Pato disputou apenas cinco partidas. Ele sofreu uma lesão no joelho na estreia, passou por cirurgia e voltou somente na reta final. Ainda assim, decidiu renovar com o clube.
Com passagens por grandes clubes da Europa e do Brasil, Pato se vê, aos 32 anos, ainda preparado para jogar em alto nível. Ele não descarta um retorno ao futebol brasileiro, mas, por enquanto, quer aproveitar as condições oferecidas pelo Orlando, não só em campo, mas também pela qualidade de vida nos Estados Unidos.
Nesta entrevista, o atacante fala sobre sua mudança de atitude em relação ao futebol, conta sobre o cotidiano em Orlando e a experiência na Major League Soccer, a principal liga dos Estados Unidos.
Confira:
ge: Em uma entrevista recente na Itália, você disse que agora tem uma atitude diferente em relação ao futebol. Pode explicar o que mudou?
Alexandre Pato: Isso mesmo. A minha relação com o futebol mudou muito. Eu vejo que é muito mais dinâmico, você precisa se alimentar, se recuperar e trabalhar mais, não só no período de treinamento, mas antes e depois também. O futebol mudou muito. Eu aprendi muito. Desde o meu tempo, quando eu joguei na Itália. Lá era um garoto, hoje tenho 32 anos, tenho uma experiência diferente daquilo que vivi na Itália.
- Mudou minha questão mental também. Tenho minha cabeça muito mais forte do que naquela época. Eu era forte até um ponto, hoje sou forte em praticamente todos os aspectos, como mentalmente, fisicamente e também na parte familiar. Isso me dá uma força que eu posso tomar sempre as melhores decisões da minha vida.
Você sempre foi considerado um grande talento. O que poderia ter alcançado a mais na carreira se esta mudança de atitude tivesse acontecido anteriormente?
- Na minha carreira eu fiz sempre aquilo que Deus colocou para mim. Sempre tentei aproveitar ao máximo as minhas oportunidades. Sempre faço o meu melhor, nunca desisto das coisas nas quais entro de cabeça. Tive experiências em Itália, Espanha, Inglaterra, China, voltei ao Brasil.
- Sempre pensei me dediquei ao máximo, mas tem algumas coisas que às vezes a gente não entende. Deus te dá algumas coisas e às vezes tira. O que penso é que tenho que trabalhar ao máximo que puder, e não pensar naquilo que aconteceu no passado, porque o passado só me deu coisas... que eu até pedi a Deus, mas ele me deu muito. (Hoje), eu não tenho pedido nada a Deus, apenas deixado que ele acrescente para mim.
Você começou bem a temporada na MLS, com três gols e duas assistências em sete jogos. Acredita que isso já seja reflexo de sua nova atitude?
- Esse início é um reflexo daquilo que acabei no ano passado. Acabei muito focado, concentrado na minha recuperação para que eu pudesse voltar, trabalhar e começar bem esse campeonato. Estou feliz por aquilo que está acontecendo na minha vida, no meu trabalho. Sinto que tenho muito mais a acrescentar para o Orlando. Estou trabalhando e deixando as coisas acontecerem, mas sempre pronto para todas as coisas.
O que te motivou a renovar com o Orlando para esta temporada? Que objetivos você busca com o clube na MLS?
- A renovação foi bem tratada, foi um tempo para ser decidida. Porque foi tudo uma consequência daquilo que vivi no ano passado, as oportunidades que tiveram para mim. Como fui recebido, como os torcedores incentivaram minha volta. A renovação foi muito também pelo carinho que recebi tanto dos torcedores quanto do pessoal da comissão, dos jogadores. Eles queriam que eu ficasse. Junto com a decisão familiar, isso foi importante para que eu pudesse renovar.
Com 32 anos e com uma cabeça diferente neste momento da carreira, você pensa em voltar para o Brasil em algum momento? Acredita que ainda tem algo a mostrar no país?
- Ainda me sinto muito jovem. Você vai vivendo o dia a dia e vai sentindo o quanto pode jogar, o que pode fazer pelo seu corpo. Tem muitos aparelhos de tecnologia ajudando muito. Se você tem alimentação boa, recuperação boa, isso alonga sua vida no futebol cada vez mais.
Orlando é uma cidade com uma comunidade forte de brasileiros. Isso pesou em sua adaptação e escolha? Como é o seu relacionamento com os demais brasileiros no dia a dia da cidade?
Orlando é incrível. A cidade em si tem muito brasileiro, no time também. Sinto que eu fico feliz por esse carinho que os brasileiros têm. Todos estão aqui para te ajudar. Acho que brasileiro aqui sempre apoia um ao outro. É uma cidade bacana, que te deixa à vontade. Você pode sair na rua, passear, curtir, comer comida brasileira, porque tem muitos restaurantes e mercados brasileiros.
Depois de jogar anos na Europa e no Brasil, o que você notou de mais diferente e original na MLS?
- Na Europa estão os grandes times, a maioria dos jogadores estão lá. O Brasil é uma liga muito forte, tem mudado cada vez mais. Os times brasileiros hoje têm condições de receber grandes jogadores. A MLS tem vindo muitos jogadores, tem sido uma opção também. A liga está crescendo.
- Acho que até a Copa do Mundo que haverá aqui e no México (em 2026), a liga estará bem forte, com muitos jogadores de qualidade. É um mercado em que estão saindo muitos jogadores jovens. É uma oportunidade para os jogadores (brasileiros) escolherem. No dia que quiserem sair do país, acho que os EUA são uma porta muito bem vista.
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