O gremista que esteve ligado no Gre-Nal de quarta-feira, pela 9ª rodada do Gauchão, acabou os 90 minutos aterrorizado. A derrota por 1 a 0 no clássico do Beira-Rio deixou a pior imagem possível para os tricolores. O desempenho em campo assusta há menos de um menos mês da estreia na Série B, o principal objetivo nesta temporada.
O primeiro tempo, especialmente, foi de colocar o cabelo em pé. Deixou a impressão de que o momento do clube é pior do que se imaginava. A corrida por reforços se faz necessária.
Até o deslocamento para o Beira-Rio teve o ônibus dos dirigentes, chamado de "cartolão", preso em determinada parte do caminho, o que atrasou a delegação em pelo menos 10 minutos.
Em campo, o Tricolor foi completamente dominado pelo rival e não conseguiu trocar três passes em sequência durante praticamente a partida inteira. Além de não jogar, teve dificuldade para segurar o rival.
Ou seja, não é exagero afirmar que o Grêmio "sumiu" durante a etapa inicial. Só foi levar o gol nos acréscimos, mas poderia muito bem ter sido vazado antes, não fosse Brenno evitar em chutes de Mauricio, principalmente.
90 minutos sem funcionar
A estratégia montada por Roger foi equivocada e ineficaz. A dupla Thiago Santos e Villasanti não preencheu os espaços no meio. Campaz esteve alijado do jogo e pouco contribuiu para dar volume ao Grêmio.
Tanto que Roger colocou Bitello aos 40 minutos da etapa inicial, com o colombiano deslocado para o lado. Sobrou para Rildo, em má jornada.
A mudança deu uma leve melhora ao Grêmio, mas como veio em cima de nada, pouco adiantou. Liziero e Edenilson continuaram por circular sem muito esforço. Mauricio também ocupava as costas dos volantes.
A preocupação, aliás, escorreu também para dentro do vestiário. O próprio técnico Roger Machado apontou que o desempenho apresentado no jogo deixa questionamentos para o clube resolver.
- Sucumbimos. Não tivemos o controle da partida porque tivemos muitos jogadores mal tecnicamente. Não conseguimos controlar a bola, organizar uma sequência de três ou quatro passes para empurrar o Inter. Não conseguimos conter a movimentação dos jogadores do Inter, mas também devido ao mau momento técnico que vivemos - destacou Roger.
O cenário é aterrorizante por conta da Série B no horizonte e a obrigação de buscar o retorno para a primeira divisão. Nos desafios mais complicados do ano, contra Inter, Juventude e Mirassol, o time não apenas perdeu como desabou. São três jogos sem vencer dos quatro sob o comando de Roger.
O discurso é que esta primeira parte do ano, depois de repostas as carências, era para avaliar os jovens e tentar ver alternativas para o restante da temporada. Pois está claro que é preciso ir ao mercado.
O cenário não é tão ruim quanto o que foi apresentado no Gre-Nal. Mas a cara do clássico é de um Grêmio inerte. O sono profundo, que vem desde 2021, precisa acabar.
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